
Três ex-alunos da FAACZ, do curso de Engenharia Mecânica, participaram, nos dias 13 e 14 de maio, no auditório da instituição, da 7ª edição da Jornada das Engenharias (JOENG). Durante o evento, eles compartilharam suas experiências de carreira. No primeiro dia, a programação contou com a presença de Célia Faustini Campana Loureiro, ex-aluna também do Centro Educacional de Aracruz (CEA) e formada pela FAACZ no curso de Engenharia Mecânica, que relatou sua trajetória inspiradora aos alunos, professores e representantes de empresas locais, como a Suzano e o Grupo Estel.

Célia Faustini, sócia da T&C Soluções Engenharia, relatou em seu depoimento que, após se formar em Engenharia Mecânica pela FAACZ, ingressou no mercado de trabalho, mas acabou encontrando um nicho promissor que a levou ao empreendedorismo. A engenheira explicou que, ao identificar a demanda das empresas por adequação de máquinas e equipamentos à NR 12 – norma que estabelece requisitos de segurança no trabalho em ambientes industriais –, viu uma grande oportunidade de negócio. Durante o evento, ela incentivou os participantes da JOENG a sempre observarem as necessidades do mercado para identificar possibilidades de atuação.

Na segunda noite do evento acadêmico, voltado aos estudantes de Engenharia Mecânica, o foco esteve em refletir sobre as perspectivas profissionais e as exigências do mercado. Nessa ocasião, o evento contou com a participação de dois ex-alunos da instituição, também do curso de Engenharia Mecânica, que compartilharam suas vivências profissionais. O primeiro a falar foi Sadraque Souza Prates, egresso da turma de 2017.
Atualmente, Sadraque é coordenador de produção na empresa Imetame Metalmecânica e possui especializações em Projetos e Gestão de Conflitos. Ele iniciou sua trajetória na empresa ainda como menor aprendiz, aos 16 anos. De caldeireiro a encarregado, supervisor e, finalmente, coordenador, ele destacou a importância de aliar formação técnica a habilidades interpessoais: “O principal desafio dos gestores hoje é lidar com pessoas. O engenheiro precisa ter essa habilidade. Por isso, a especialização em Gestão de Conflitos é tão importante”.

Sadraque reforçou ainda a necessidade de resiliência e humildade na construção da carreira: “O engenheiro não sai da faculdade sendo gestor. Precisa galgar, aprender com quem já está no chão de fábrica. Tem gente que nunca estudou, mas tem muito conhecimento técnico. E isso deve ser respeitado”, alertou. Ao responder à pergunta central do evento – O que as empresas esperam dos engenheiros? –, ele foi categórico: “Esperam alguém que resolva problemas. O engenheiro precisa ser um pesquisador, um solucionador de pepinos. Tem que saber onde buscar informação, como resolver e ter equilíbrio para lidar com os desafios do dia a dia”.

Nesse mesmo dia, o evento também contou com a presença do professor Ernandes Marcos Scopel, ex-aluno da FAACZ e atual coordenador do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) – Campus Aracruz. Ele compartilhou sua trajetória marcada por desafios, trabalho duro e paixão pela área mecânica. Formado na quinta turma de Engenharia Mecânica da FAACZ, também é físico, pós-graduado em Engenharia Naval e mestre em Tecnologia Sustentável pelo IFES.

Com mais de 21 anos de experiência em manutenção industrial e desenvolvimento de projetos, Ernandes começou sua carreira como peão na extinta Aracruz Celulose: “Antes de ser engenheiro, bati muita marreta na vida. Trabalhei para pagar meus estudos aqui”, relembrou. Sua família, toda ligada à mecânica, foi essencial em sua formação: “Meu pai é mecânico, meus irmãos também. Cresci em uma metalúrgica e fiz SENAI antes da graduação”.
A vivência prática no setor industrial e sua paixão por sistemas mecânicos moldaram sua atuação docente: “Aconselho meus alunos a passarem pela indústria antes de se dedicarem à docência. Só assim é possível oferecer exemplos reais e inspiradores em sala de aula”, defendeu. Segundo ele, esse diferencial torna o ensino mais significativo e conecta os conteúdos técnicos à realidade profissional. A história de Ernandes é um exemplo claro de como esforço, resiliência e paixão pela profissão podem transformar vidas e inspirar novas gerações de engenheiros.

Pensamento crítico, mentoria, comunicação, liderança, gerenciamento do tempo e do estresse, além da adaptabilidade, são competências que ganham ainda mais relevância diante do crescimento acelerado do Espírito Santo no cenário industrial nacional, segundo egressos da FAACZ e palestrantes convidados das empresas Suzano e Grupo Estel, durante a 7ª edição da JOENG. Ao final, os egressos da FAACZ ficaram à disposição para perguntas e interações com os participantes do evento. Além disso, houve sorteio de brindes aos presentes.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 23/05/2025