
Nos dias 18 e 19 de outubro de 2024, Aracruz recebeu o “I Congresso Interdisciplinar de Saúde Coletiva: Determinantes Sociais e Saúde Indígena”, realizado no Sesc, no centro da cidade. O evento, promovido pelo curso de Enfermagem das Faculdades Integradas de Aracruz (FAACZ), reuniu especialistas para debater temas ligados à Atenção Primária à Saúde, aos determinantes sociais e, especialmente, à saúde das comunidades indígenas, como as populações Tupiniquim e Guarani da região.

Contando com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e com o suporte institucional do Conselho Regional de Enfermagem (COREN-ES) e do Conselho Regional de Psicologia (CRP16/ES), o congresso se propôs a fomentar o diálogo entre profissionais de diversas áreas da saúde e a sociedade, abordando as particularidades das populações indígenas.
A abertura contou com a presença de importantes autoridades. A Dr.ª Putira Sacuena, diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena do Ministério da Saúde, representou a ministra Nísia Trindade. Já Fabiano Ribeiro dos Santos, diretor-geral do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde, esteve presente como representante do governador Renato Casagrande e do secretário estadual de saúde, Miguel Paulo Duarte Neto.

Entre os participantes estavam a presidente da Fundação São João Batista (FSJB), Celi Cabral; a diretora acadêmica da FAACZ e escolar do Centro Educacional de Aracruz (CEA), prof.ª Adriana Recla Sarcinelli; e a secretária de Ações Estratégicas da Prefeitura de Aracruz, Jeesala Coutinho, representando o prefeito Dr. Coutinho. Outros destaques foram o presidente do COREN-ES, Wilson José Patrício, e a conselheira do CRP16/ES, Júlia Carvalho dos Santos, representando o presidente Thiago Pereira Machado.
Outras autoridades que prestigiaram o congresso incluíram Roseane Scarpatt Toffoli, secretária de Saúde de Aracruz, e Márcio Romanha, presidente do Conselho Estadual de Saúde do Espírito Santo, além dos diretores da FSJB, prof. Mériton Soares da Silva (executivo) e prof. Wellington Lozer Giacomin (comercial), e o coordenador do curso de Enfermagem da FAACZ, prof. Alan Diniz Ferreira.

Presidente do evento, o professor Alan Diniz inaugurou oficialmente o congresso, reforçando o compromisso com uma sociedade mais justa e com a universalização do direito à saúde: “Hoje, mais do que nunca, estamos aqui não só para compartilhar conhecimentos, mas para reafirmar nosso compromisso de construir uma sociedade mais justa, onde a saúde seja, enfim, direito de todos e não privilégio de poucos”, enfatizou.
O professor Alan também enalteceu o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) como símbolo de justiça social e a importância dos determinantes sociais da saúde, como educação, saneamento, moradia e trabalho digno. Com foco nas populações indígenas, afirmou que o congresso promovia uma visão integral e interdisciplinar, reforçando o papel do SUS para uma sociedade mais equitativa.

Durante a abertura, a diretora acadêmica da FAACZ, prof.ª Adriana Recla Sarcinelli, ressaltou o significado do evento para a comunidade local e acadêmica. “A FAACZ, mantida pela Fundação São João Batista, sente-se honrada em sediar o primeiro Congresso Interdisciplinar de Saúde Coletiva”, afirmou Recla.
Com programação de dois dias, o congresso visou promover o conhecimento sobre saúde integral e sustentável, com ênfase nas populações indígenas. A prof.ª Adriana destacou a importância de eventos que engajam a academia e fomentam políticas públicas de saúde: “A escolha do tema é fundamental para dialogar com a saúde coletiva de Aracruz e impulsionar a produção acadêmica”, destacou a diretora acadêmica da FAACZ.

No primeiro dia, a mesa-redonda “Integração de Sistemas de Saúde e Políticas Públicas para o Fortalecimento da Atenção à Saúde Indígena” abordou os principais desafios no atendimento às populações indígenas, com a participação do médico sanitarista Dr. Nésio Fernandes e da Dr.ª Putira Sacuena, mediada pelas especialistas Vilma Tupinikim e Ana Carolina Simões Ramos.

A programação cultural incluiu apresentações das comunidades Tupiniquim e Guarani, destacando a execução do Hino Nacional por Bernardo Caliman, aluno do Centro Educacional de Aracruz (CEA) e ex-participante do The Voice Kids 2023, da Rede Globo.
No segundo dia, além da exposição de trabalhos acadêmicos, o Simpósio Satélite, organizado pelo COREN-ES, abordou as “Práticas Integrativas Complementares”. Participaram como palestrantes a enfermeira Vilma Tupinikim, o professor Eduardo Hubner, do curso de Psicologia da FAACZ, e a professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Marluce Mechelli de Siqueira. O debate foi mediado pela conselheira do COREN/ES, Marta Priscila Dantas Macedo.

Outro destaque foi a mesa-redonda “Desafios e Estratégias na Promoção da Saúde Mental Indígena Frente aos Determinantes Sociais”, com a participação das especialistas Vanessa Terena e Elaine Cristina Florencio Pinto, mediada pela conselheira do COREN/ES, Júlia Carvalho dos Santos.
Já o painel “Nutrição, Meio Ambiente e Sustentabilidade: Os Desafios da Política Indigenista no Brasil” abordou a relação entre alimentação e sustentabilidade nas comunidades indígenas, mediado pelo professor Alan Diniz, e contou com a participação das especialistas Alessandra Rodrigues Garcia e Ana Paula Barbosa Alves.

O encerramento do congresso teve como destaque a mesa-redonda “O Desafio da Formação e Educação Permanente de Trabalhadores para Atuação em Contextos Interculturais”, que reforçou a importância da capacitação para lidar com a diversidade cultural das comunidades indígenas, contando com a participação dos especialistas Fabiano Ribeiro dos Santos e Glaudertone Andrade de Barcellos, com mediação da professora Adriana Recla Sarcinelli.

Ao valorizar as culturas indígenas e focar em suas particularidades, o congresso destacou a importância de fortalecer políticas públicas para as populações mais vulneráveis e integrar diferentes setores da saúde e da sociedade, com vistas a um futuro mais inclusivo e saudável. O evento, promovido pelo curso de Enfermagem da FAACZ, marcou um ponto de referência nas discussões sobre saúde indígena no Brasil, promovendo intercâmbio de conhecimentos e experiências entre os participantes.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 25/10/2024