No início deste mês de setembro, um evento remoto de grande relevância reuniu docentes, discentes e convidados especiais do Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), unidade Colatina (ES). A iniciativa, que faz parte do projeto “A Enfermagem na Educação das Relações Étnico-raciais e do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” do UNESC, buscou promover o diálogo sobre a diversidade cultural na área da Enfermagem e contou com a participação especial de Lorran Coutinho Pereira, aluno do 10º período do curso de Enfermagem da FAACZ, de descendência indígena Tupinikim.
Lorran Katuanã Tupinikim, como é conhecido na aldeia de Caieiras Velha, em Aracruz (ES), foi convidado para compartilhar suas experiências e insights sobre o cuidado de saúde em populações indígenas, destacando a importância de respeitar as especificidades culturais e espirituais ao fornecer assistência de Enfermagem. O evento, realizado no dia 2 de setembro, por meio da plataforma Zoom, teve como tema central “Caminhando juntos: A diversidade cultural na Enfermagem”.
O momento foi organizado pelo professor do UNESC, Josemar Ferreira Junior, um renomado enfermeiro, especialista em Oncologia e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal Fluminense. O professor Josemar, que atualmente leciona nos cursos de graduação na área da Saúde do UNESC e é coordenador da COREMU, viu a oportunidade de proporcionar aos alunos de Enfermagem uma experiência única de interagir com convidados que possuem vivência direta com populações indígenas e negras.
Na ocasião, Lorran Coutinho compartilhou seu conhecimento sobre “A transversalidade das práticas de cuidado e saberes na Atenção de Saúde Indígenas”, enfatizando a importância de integrar os saberes e práticas de cuidado indígenas com a medicina tradicional, práticas de autoatenção e de cura. Ele ressaltou: “É importante considerar os saberes e práticas de cuidado indígenas para a promoção desta população, sendo que a Biomedicina deve se complementar às práticas de cuidado de cada comunidade”.
Outra convidada especial do evento foi Luciana Alleluia, enfermeira, especialista em Saúde Mental, que discutiu o impacto do racismo nas populações negras e como a Enfermagem pode contribuir para o bem-estar dessas comunidades. Luciana é uma profissional altamente qualificada, com experiência em serviços de Saúde Mental extra-hospitalar e vasto conhecimento acadêmico. O evento proporcionou um ambiente enriquecedor para todos os participantes, incentivando o diálogo e a compreensão das necessidades das populações indígenas e negras no contexto da Enfermagem.
Coutinho compartilhou suas impressões sobre o evento, afirmando: “Foi um momento de troca de conhecimento que agregou muito à minha formação acadêmica e profissional. Sei o quanto é importante abordar essa temática para formar profissionais, enfermeiros, cada vez mais sensíveis à cultura indígena, buscando sempre uma relação de confiança, seguindo os princípios éticos da Enfermagem e respeitando a especificidade desse povo, buscando sempre o cuidado que promova o bem-estar das populações indígenas na sua integralidade”.
Segundo o coordenador do curso de Enfermagem da FAACZ, prof. João Carlos Arivabene, o evento remoto do UNESC serviu como um exemplo inspirador de como a Enfermagem pode abraçar a diversidade cultural e promover a inclusão e o respeito em seu campo de atuação. “Essa iniciativa demonstra o compromisso da FAACZ, em parceria com outras instituições de ensino, como o UNESC, em preparar seus alunos para atender a uma variedade de comunidades no Brasil, reconhecendo a importância da sensibilidade cultural na prática de cuidados de saúde”, salientou Arivabene.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 22/09/2023
