
Uma iniciativa do curso de Psicologia da FAACZ está mostrando na prática como combater a desinformação científica. Alunos do 2º período, durante as aulas da disciplina de “Genética”, desenvolveram o projeto “Jornal da Psicologia: Um estudo de Genética Fato ou Fake”. A atividade, que transformou a sala de aula em um laboratório de investigação crítica, teve como objetivo investigar conteúdos sobre genética amplamente divulgados na internet, analisando a veracidade das informações e os impactos das notícias falsas na percepção sobre hereditariedade, comportamento humano e saúde mental.

Os estudantes se debruçaram sobre uma variedade de materiais digitais, como vídeos, postagens, memes e artigos, que circulam online com afirmações populares sobre o tema. A partir dessa análise, a turma foi desafiada a separar o que possui respaldo científico daquilo que se trata de mito ou fake news, frequentemente compartilhados sem qualquer base teórica ou evidência experimental. A atividade serviu como ferramenta pedagógica para fortalecer o pensamento científico e reforçar a responsabilidade do futuro psicólogo em identificar conteúdos duvidosos e promover o esclarecimento baseado em ciência.

De acordo com a professora da disciplina, Helania Mara Grippa Rui, os debates em sala revelaram que grande parte dos equívocos está relacionada ao determinismo biológico. “Como a crença de que certos comportamentos são completamente definidos pela genética ou de que existe um ‘gene responsável’ por características complexas”, explicou a professora. “Ao confrontar essas afirmações com literatura científica atualizada, os estudantes puderam compreender a importância de uma visão mais ampla, que considera a interação entre fatores genéticos, ambientais e sociais. Os universitários ficaram encantados com a atividade, com as descobertas e com o ampliar de saberes”, afirmou a educadora.

A experiência foi elogiada pelos estudantes, que relataram uma mudança significativa na forma de enxergar as informações consumidas no dia a dia. Para a aluna Sêmily de Jesus Souza Sepulchro, a prática foi essencial para compreender a importância de analisar informações com cuidado. “Hoje em dia, muita coisa circula sem base científica, e essa atividade ajudou a entender melhor como diferenciar o que realmente tem fundamento do que é só boato. Achei a experiência muito interessante, porque abriu ainda mais minha curiosidade e me fez valorizar a ciência de um jeito mais próximo e real”, afirmou a universitária.

Já Vitória Angelica Lopes dos Santos ressaltou a relevância da verificação de fontes: “Participar da atividade de fato ou fake foi importante para perceber como é fácil se deixar levar por informações erradas. Enquanto fazia o exercício, entendi melhor como os estudos científicos são construídos e por que é essencial ter cuidado antes de acreditar ou compartilhar qualquer conteúdo. Achei a proposta bem proveitosa, atual e dinâmica, porque me fez olhar para as informações com mais atenção e senso crítico”.

Para Laisa Loureiro de Carvalho Oliveira, a experiência reforçou a importância de um olhar crítico sobre conteúdos científicos: “No estudo da genética, onde novas descobertas surgem constantemente, é fundamental saber identificar artigos confiáveis, compreender como são estruturadas as evidências e reconhecer quando um texto carece de bases científicas sólidas. Estudar e comparar materiais bem fundamentados com produções duvidosas amplia nossa capacidade analítica, fortalece o pensamento científico e evita a disseminação de informações equivocadas que podem impactar diretamente a compreensão da população sobre temas tão sensíveis e complexos”.

A iniciativa permitiu aos estudantes do curso de Psicologia da FAACZ desenvolver uma postura crítica diante das informações disseminadas digitalmente, reforçando a responsabilidade do futuro psicólogo em identificar conteúdos duvidosos e promover esclarecimentos baseados em ciência. O projeto “Jornal da Psicologia: Um estudo de Genética Fato ou Fake” se consolidou como uma ferramenta pedagógica para fortalecer o pensamento científico e combater a desinformação na área da saúde. A iniciativa evidencia como ações pedagógicas que unem teoria, prática e análise crítica são essenciais para formar profissionais capazes de lidar com informações científicas de forma responsável, consciente e ética.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 04/12/2025