
Entre os dias 16 e 18 de junho, a FAACZ (Faculdades Integradas de Aracruz) promoveu a Semana de Aperfeiçoamento do Estudante, uma iniciativa voltada aos acadêmicos do curso de Direito. O evento teve como objetivo proporcionar uma experiência enriquecedora e desafiadora aos alunos dos 1º, 3º, 5º, 6º, 7º e 9º períodos, visando ao aprimoramento das habilidades práticas e teóricas necessárias à formação jurídica.

A programação contemplou três dias de atividades distintas: prova objetiva, prova discursiva e apresentação oral. No primeiro dia, 16 de junho, os estudantes participaram de uma avaliação com 20 questões objetivas, abordando os seguintes eixos temáticos: Direito Civil e Processo Civil, Direito Constitucional e Público, Ética e Legislação, Direito Penal e Processo Penal, além de Direito Trabalhista.

Paralelamente, os estudantes do 1º período participaram de um bate-papo com membros da Comissão da Jovem Advocacia da 13ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB/ES), em Aracruz. O encontro contou com a presença do coordenador do curso, professor Ronaldo Félix, e dos advogados Vitor Henrique Galdino (presidente), Talita de Jesus Miranda (vice-presidente), Gabriela Martins Alves Alvarenga (secretária-geral), Gabriel Mayrink e Adrielle Fernandes da Silva Martins (membros).

O encontro foi um dos pontos altos do evento, promovendo uma conversa franca sobre os desafios e oportunidades da carreira jurídica. Durante o bate-papo, os profissionais compartilharam vivências da advocacia e destacaram os desafios enfrentados nos primeiros anos da carreira. “O primeiro ano de faculdade serve para separar quem realmente quer fazer Direito de quem não quer”, afirmou Galdino, ao explicar que as disciplinas iniciais são mais teóricas e exigem persistência dos alunos.

Já a advogada Adrielle Martins abordou os desafios financeiros da profissão, ao conciliar os estudos com a instabilidade da renda no início da vida profissional, além da resistência de alguns clientes em valorizar o serviço jurídico: “99% dos clientes não querem pagar consultoria. O cliente acha que atendimento não é trabalho”. Ela também alertou para a instabilidade da advocacia autônoma, especialmente para quem está em transição de carreira, e reforçou a importância do equilíbrio emocional para lidar com casos sensíveis.
A relevância da especialização e da construção de uma marca pessoal também foi destacada pelos convidados. Adrielle comparou a advocacia à medicina, alertando para os riscos de uma atuação generalista: “Você não vai ao cardiologista para fazer um parto. Então, por que procurar um criminalista para uma ação trabalhista?”. Vitor Galdino complementou, mencionando áreas com carência de profissionais, como o Direito Minerário e o Direito Digital, e incentivou os estudantes a se posicionarem nesses nichos.

Outro ponto enfatizado foi o networking como estratégia de inserção no mercado. “O mercado não está saturado. Network é a base”, afirmou Galdino, relatando que seu primeiro cliente surgiu enquanto frequentava a sede da OAB/ES três vezes por semana. A advogada Adrielle também defendeu a participação em eventos e o uso das redes sociais como ferramentas para ganhar visibilidade. Ela admitiu que, se pudesse voltar no tempo, teria usado as redes sociais desde a faculdade: “Eu estaria postando minha rotina no Instagram”.

Gabriel Mayrink incentivou os estudantes a buscarem estágios em órgãos como o Ministério Público e empresas como a Suzano, que oferecem boas oportunidades e remuneração de até R$ 2 mil. Os representantes da Comissão da Jovem Advocacia também comentaram sobre a disputa por estagiários entre escritórios e juízes, destacando que o aprendizado com profissionais experientes pode valer mais do que a remuneração imediata.
No segundo dia do evento, 17 de junho, os estudantes do curso de Direito da FAACZ realizaram uma prova discursiva, composta por duas questões sorteadas entre os eixos temáticos trabalhados anteriormente. Já no encerramento, em 18 de junho, os universitários apresentaram trabalhos orais com duração de cinco a dez minutos.

As apresentações foram avaliadas pelas professoras Larissa de Assis Pimenta Rodrigues, mestre em História Política pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e Mercedes Silvério Gómez, mestre em Educação pelo Instituto Superior Pedagógico Enrique José Varona, de Cuba. Os critérios considerados foram desenvoltura, confiança, postura e concatenação das ideias.

O coordenador do curso de Direito da FAACZ, professor Ronaldo Félix, agradeceu o engajamento dos alunos e destacou a importância da participação ativa em eventos como esse. “Ficamos ansiosos para ver o crescimento e o brilho de cada um de nossos alunos. Esta semana foi pensada para ampliar os horizontes dos universitários do curso de Direito e reforçar o compromisso com uma formação jurídica sólida e atualizada”, afirmou Félix.

A Semana de Aperfeiçoamento do Estudante de Direito da FAACZ se consolidou como uma valiosa oportunidade de integração entre teoria e prática, oferecendo aos estudantes reflexões profundas sobre os caminhos da advocacia, a importância da preparação contínua e a valorização das experiências formativas dentro e fora da sala de aula.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 27/06/2025