
Em alusão ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado anualmente em 18 de maio, os acadêmicos do 3º período do curso de Psicologia da FAACZ organizaram uma atividade marcante e reflexiva no auditório da faculdade, no último dia 22 de maio. O evento reuniu estudantes de diversos períodos do curso e promoveu uma vivência que retratou os antigos tratamentos destinados às pessoas com transtornos mentais internadas em manicômios.

Sob a coordenação da professora Marta Rossoni, com o apoio do psicólogo e egresso do curso de Psicologia Welington Nascimento Ribeiro Filho, os universitários encenaram práticas utilizadas em instituições psiquiátricas no passado. Por meio da dramatização, os alunos mostraram as marcas de violência física e psicológica, a dor, o abandono e a falta de humanidade que marcaram a trajetória de muitos pacientes em manicômios no Brasil.

A encenação, que reproduziu a realidade cruel vivida por pessoas com transtornos mentais em instituições asilares, teve como objetivo sensibilizar a comunidade acadêmica da FAACZ sobre a importância do Movimento da Luta Antimanicomial, que defende um modelo de cuidado baseado em direitos humanos, liberdade e inclusão. A proposta da atividade foi evidenciar o contraste entre os tempos anteriores à Reforma Psiquiátrica e os avanços conquistados desde a aprovação da Lei nº 10.216/2001, conhecida como Lei Antimanicomial.

Segundo a professora Marta Rossoni, “não vamos nos calar nem trancar. Isso resume a Luta Antimanicomial, celebrada em 18 de maio. É um movimento que defende os direitos das pessoas com sofrimento mental, buscando o fim dos manicômios e das práticas desumanas”. A docente também destacou a Lei nº 10.216/2001 (Lei Antimanicomial), que determinou o fechamento progressivo de manicômios e incentivou a criação de uma rede de atenção psicossocial no país.

Durante a apresentação, a docente relembrou que o movimento pela Reforma Psiquiátrica no Brasil foi impulsionado por profissionais da saúde, familiares e usuários do sistema, que lutavam por um tratamento mais humano e inclusivo. “Foi a partir desse movimento de luta que foram criados os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), instituições que oferecem cuidado comunitário, liberdade e dignidade aos usuários da saúde mental”, afirmou a professora Marta.

A atividade contou ainda com o apoio do Núcleo de Orientação e Apoio Psicopedagógico (NOAPS) da FAACZ, também coordenado pela professora Marta Rossoni. O NOAPS tem como missão acolher, orientar e apoiar os estudantes em momentos de conflito emocional, buscando identificar possíveis comprometimentos psicológicos e oferecer o encaminhamento adequado.

Vivência e transformação
Para a aluna Simone Soares da Silva Lacerda, do 3º período do curso de Psicologia, a encenação teve o objetivo de “promover a conscientização e o respeito por pessoas com transtornos mentais e apresentar ao público que um ambiente acolhedor, inclusivo e digno é necessário. Ainda há muito a ser feito; a luta pela saúde mental e pelos direitos humanos não acabou”, destacou a universitária.

Já a estudante Luana Felicio Nossa, também participante da encenação, ressaltou o impacto da atividade no desenvolvimento acadêmico e humano, bem como no aprendizado: “O evento foi essencial ao desenvolvimento do trabalho em equipe, bem como ao exercício do pensamento crítico. Com ele, entendemos a importância de defender o cuidado com o próximo de maneira mais humanizada”, disse a aluna do 3º período do curso de Psicologia.

A coordenadora do curso de Psicologia da FAACZ, professora Stéfani Martins Pereira, também enfatizou a relevância do movimento e sua atualidade: “É um movimento contra qualquer prática que silencie ou medicalize a vida. A Luta Antimanicomial não é só contra os manicômios físicos, mas também contra as práticas manicomiais que ainda ocorrem em diferentes espaços – como escolas, instituições de saúde e até no sistema jurídico – quando desconsideram o sujeito, sua autonomia e seus direitos”, explicou.

O evento reforçou o compromisso da FAACZ com uma formação crítica e humanizada, incentivando futuros psicólogos a atuarem em defesa de um bem-estar psicológico, moral e inclusivo. A atividade promovida pelos acadêmicos do 3º período do curso de Psicologia fortaleceu o engajamento da faculdade com a capacitação de profissionais conscientes e dedicados à defesa dos direitos humanos e à promoção de uma saúde mental mais justa, ética e humanizada.
Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 28/05/2025