Interdisciplinaridade em Saúde Coletiva: Aula aborda crimes de preconceito no ambiente clínico

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Na última terça-feira, 04 de junho, o professor Ronaldo Félix, do curso de Direito, foi convidado pelo professor Alan Diniz, coordenador do curso de Enfermagem da FAACZ, para ministrar uma aula sobre responsabilidade penal e legislações relativas a crimes de preconceito no ambiente de trabalho clínico. A iniciativa fez parte da disciplina “Saúde Coletiva”, que está sendo oferecida aos alunos dos cursos de Enfermagem e Psicologia.

Dentro da disciplina, os temas “Racismo e Saúde da População Negra” e “Saúde da População LGBTQIAPN+” estão sendo trabalhados, com foco nas políticas públicas voltadas para esses grupos. Esta iniciativa visa sensibilizar futuros profissionais de saúde sobre os desafios enfrentados por grupos marginalizados e a importância de um atendimento inclusivo e humanizado. A presença do professor Ronaldo Félix trouxe um olhar jurídico ao abordar “Crimes de Preconceito”, elucidando questões legais e responsabilidades penais associadas a práticas discriminatórias.

O professor Alan Diniz explicou que o objetivo é preparar os futuros profissionais de saúde para lidar com populações diversas e compreender as nuances culturais e sociais que impactam a qualidade do atendimento. “A exposição a temas como o racismo e a discriminação contra a população LGBTQIAPN+ prepara esses profissionais para reconhecer e combater injustiças, promovendo um atendimento mais humanizado e inclusivo”, destacou Diniz.

De acordo com Diniz, o preconceito é um determinante social que influencia os desfechos de saúde das populações marginalizadas. Ele acredita que profissionais de saúde bem-informados sobre essas questões estão mais aptos a identificar, compreender e mitigar os impactos negativos do preconceito, desenvolvendo estratégias para reduzir desigualdades em saúde e garantir um atendimento equitativo.

A aula também enfatizou a importância de os profissionais de saúde conhecerem os crimes de preconceito e suas implicações legais, como explicou o professor Ronaldo Félix: “Conhecer os crimes de preconceito e suas consequências jurídicas permite que os profissionais de saúde identifiquem sinais de abuso e discriminação, intervindo de maneira adequada e oferecendo suporte às vítimas”.

Para Ronaldo Félix, muitas vezes os profissionais de saúde não são suficientemente informados sobre como reconhecer práticas discriminatórias que podem estar naturalizadas no ambiente clínico. Ele destacou a necessidade de compreender essas práticas e suas consequências jurídicas para promover um ambiente de atendimento livre de preconceito. “É preciso reconhecê-los e saber quais são as consequências jurídicas”, afirmou o professor do curso de Direito.

A interação entre os cursos de Direito, Psicologia e Enfermagem reforça a importância da interdisciplinaridade na formação dos profissionais de saúde. “Entender as implicações legais do preconceito e trabalhar em colaboração com outras disciplinas fortalece a capacidade dos profissionais de saúde de abordar as necessidades complexas de seus pacientes de maneira holística e integrada”, acrescentou Diniz.

Um ambiente de atendimento livre de preconceito promove uma relação mais sólida e de confiança entre pacientes e profissionais de saúde. Pacientes que sentem que seus profissionais são sensíveis às suas experiências e respeitam suas identidades estão mais propensos a procurar atendimento, seguir recomendações médicas e manter um diálogo aberto sobre suas preocupações de saúde.

Compreender os impactos do preconceito na saúde mental e bem-estar é essencial para oferecer um atendimento mais eficaz e sensível, promovendo um ambiente terapêutico seguro e acolhedor para todos. Profissionais de saúde mental, como psicólogos, que compreendem os efeitos traumáticos do preconceito, podem oferecer intervenções mais eficazes e sensíveis. Essa ação intercursos não apenas enriquece a formação dos alunos da FAACZ, mas também promove a conscientização e o combate ao preconceito, essencial para um atendimento de saúde mais justo e humano.

Texto: Alessandro Bitti
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Data da publicação: 07/06/2024