Alunos do 9º período de Psicologia da FAACZ ampliam conhecimentos sobre luto e morte

Mariane Cordeiro é psicóloga e psicanalista, com mestrado em Psicologia. Ela mora em Londres e atua há muitos anos com Psicologia Hospitalar, sobretudo com famílias e bebês em UTIN. Foto: Divulgação

Neste semestre, os alunos do 9º período do curso de Psicologia da FAACZ (Faculdades Integradas de Aracruz) tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre os temas do luto e da morte. A atividade foi realizada dentro da disciplina “Tópicos Especiais I (Ênfase)”, ministrada pela professora Danielle Guss Andrade. O foco das atividades incluiu entrevistas com psicólogos especializados em “Cuidados Paliativos e Psicologia Hospitalar”, permitindo uma imersão prática nos assuntos estudados.

 

“Ao adentrarmos nestes temas fomos sendo levados a pensar em como nossa cultura lida com o morrer e com as dores do luto. Neste sentido, percorremos outras culturas e épocas, como a Idade Média, por exemplo. Neste período, não isolavam os mortos e os destinos destas experiências não eram discretas e isoladas. Os cemitérios ficavam nos centros das cidades”, explicou a professora Danielle Guss Andrade.

 

De acordo com a docente, o luto era vivenciado coletivamente. “Com o advento do capitalismo, o corpo passou a ser valorizado vivo, disposto e apto ao trabalho. Os processos de adoecimento e morte começam a ser vistos como feios e vergonhosos, tornando estas vivências afastadas. Em nossa prática, somos convocados a abrir o olhar para as dores que são silenciadas”, relatou Danielle.

 

A professora também destacou o trabalho do pesquisador Parkes (1998), que relata uma pesquisa comparativa desenvolvida por Burgoine (1988). Esse estudo analisou viúvas na Inglaterra e nas Bahamas, revelando que as mulheres das Bahamas, que vivem em uma cultura que incentiva as manifestações de luto, apresentam melhores condições de saúde e menos problemas psicológicos em comparação com as mulheres da Inglaterra.

 

Os alunos do 9º período do curso de Psicologia da FAACZ participaram ativamente das entrevistas e da coleta de dados, destacando a relevância dessa experiência em sua formação acadêmica e pessoal. “Entrevista finalizada. Que profissional excelente. Adoramos conversar com ela. Uma seriedade, uma ética. Agradeço a professora Danielle pela oportunidade. Muito obrigada”, relatou a aluna Indiara Rockffeller de Lima Moreira, evidenciando os efeitos positivos desta vivência acadêmica.

 

Reflexões e Aprendizados

 

A iniciativa da professora Danielle Guss Andrade em levar os alunos a campo e promover o contato direto com profissionais especializados foi essencial para a formação dos futuros psicólogos, preparando-os para lidar de maneira sensível e competente com temas tão delicados e importantes na área da saúde mental.

 

Os encontros e entrevistas proporcionaram aos estudantes do curso de Psicologia da FAACZ uma visão ampliada e mais humanizada sobre os cuidados com pacientes em fase terminal e que recebem diagnósticos que podem mudar suas vidas, e/ou as expectativas que foram criadas. As reflexões sobre como diferentes culturas e épocas lidam com a morte e o luto foram fundamentais para entender as práticas contemporâneas e as demandas emocionais associadas.

 

Esta iniciativa mostra o compromisso da FAACZ em proporcionar uma educação de qualidade, que prepare os futuros psicólogos para lidar com temas sensíveis e essenciais na prática profissional. Além disso, demonstra a importância de uma abordagem reflexiva no ensino da Psicologia, preparando os estudantes para enfrentar os desafios profissionais com empatia e conhecimento aprofundado.

 

Texto: Alessandro Bitti                                                                                  
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

 

Data da publicação: 04/07/2024

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