Professores e universitários da FAACZ participam de live sobre Transtorno do Espectro Autista

Estudantes e professores dos cursos de Enfermagem, Pedagogia e Psicologia da FAACZ participaram da live “Transtorno do Espectro Autista: Desafios e possibilidades de atuação profissional”. O evento foi aberto ao público em geral e acompanhado pela coordenadora do curso de Psicologia, prof.ª Karina Fonseca. A live foi transmitida pela plataforma Teams da Microsoft.

 

Foram palestrantes, a professora do curso de Pedagogia da FAACZ Núbia Rosetti do Nascimento; a diretora da Casulo – Comportamento & Saúde, Dr.ª Mylena Pinto Lima e o enfermeiro paliativista do Hospital Dr. Dório Silva, Paulo Ricardo Véras. Núbia tem especialização em Educação Especial e Inclusiva pelo Instituto Ulysses Bold e atualmente é doutoranda em Educação pela UFES, atuando na linha de pesquisa de Educação Especial e Processos Inclusivos.

 

Fotos: Divulgação

Já Mylena é doutora em Psicologia pela UFES, tem mais de 18 anos de experiência no âmbito da intervenção comportamental para o tratamento do autismo e outros transtornos relacionados aos problemas do Neurodesenvolvimento e Saúde Mental em crianças e jovens, além de ampla experiência no treinamento e supervisão de equipes de educadores que trabalham com estudantes com necessidades educativas especiais. E, Paulo é especialista em cuidados paliativos e terapia da dor.

 

“Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), vem sendo um dos transtornos mais complexos e estudados na academia. Diante desse contexto, eventos como esse da FAACZ, são de grande valia, à medida que possibilitam a troca e compartilhamento de conhecimentos científicos que estão sendo produzidos na área”, ressaltou Núbia.

 

De acordo com a docente da FAACZ, o evento foi importante para marcar o dia 02 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, apresentar reflexões e práticas que busquem desmistificar o TEA.

 

“Ainda não há uma causa previamente definida. O que sabemos refere-se a possibilidades como: fatores genéticos, síndromes genéticas, doenças monogênicas, idade dos genitores e fatores ambientais como exposição a substâncias tóxicas. Preciso lembrar que, antes de ser uma criança do espectro autista, ela é uma criança. Depois disso, olhar com carinho e critério para as especificidades que ela apresenta”, explicou a professora Núbia. 

Durante o evento, a Dr.ª Mylena falou sobre os resultados do Treino Parental para implementação de Terapia ABA durante a pandemia de Covid-19. Abordou ainda os impactos da Covid-19 no atendimento dos pacientes, com suspensão de terapia presencial e das atividades escolares e da mudança na rotina da família.

 

Essas condicionantes elevaram o risco de aumento na frequência de comportamentos difíceis, bem como do estresse parental. Além de causar prejuízos na saúde mental e no desenvolvimento da criança. Na ocasião, Mylena contou sobre a sua experiência de trabalho com Telessaúde e as habilidades trabalhadas nos atendimentos durante a pandemia que são:  comunicação, sociais e de independência.

 

“Telessaúde é um modelo de prestação de serviço que permite que os provedores forneçam o serviço de saúde diretamente ao paciente, sem exigir que ele se desloque para receber o atendimento”, explicou a Dr.ª Mylena seguindo as diretrizes CASP (The Council of Autism Service Providers).

 

Na ocasião, o enfermeiro Paulo falou sobre os desafios, as dificuldades e o plano de cuidados da Enfermagem para pacientes com TEA. Explicou ainda que as intervenções consistem em ações da Enfermagem ou de uma equipe multidisciplinar, que possibilitem alívio ou restabelecimento da saúde do indivíduo, da família ou da comunidade.

 

“Em pacientes com TEA as intervenções são de cunho educacional. O enfermeiro exerce o papel de educador, conselheiro, ouvinte e orientador. Dessa forma, a orientação aos pais ou responsáveis do paciente com TEA, favorece a melhora do cuidado prestado em sua residência”, destacou Paulo.

 

Para o enfermeiro paliativista do Hospital Dr. Dório Silva, as terapias tendem a melhorar a dimensão social do paciente, pois são realizadas em conjunto, tais atividades permitem a expressão de sentimentos, pensamentos e ideias, ajudando os portadores de TEA a se comunicar e exteriorizar as suas emoções, dentre outros exemplos de intervenções realizadas pelos enfermeiros, que possibilitam desenvolver áreas de dificuldades apresentadas pelos pacientes com TEA.

 

Conheça a opinião dos alunos da FAACZ sobre o assunto

 

“Foi muito enriquecedor os conhecimentos transmitidos na palestra de TEA, demonstrou a importância de estarmos capacitados, aptos a novas técnicas. Entendendo e atendendo a necessidade do próximo, sem excluí-lo do meio social em que vive. Em uma das falas, a doutora Núbia ressalta: ‘A criança com TEA, é apenas uma criança, entretanto com necessidade de mais atenção’. E, é essa sensibilidade, como futuros profissionais que devemos ter e estar atentos, a inserção do indivíduo em seu contexto”. Alanna Coelho Assis, aluna do 7º período de Enfermagem

 

“Percebi que nesta live buscou-se analisar a interação social de uma criança com TEA e, suas possibilidades e seus desafios. Ela reconhece que a inclusão do aluno autista é desconhecida por grande parte da sociedade. Diante deste panorama, verificou-se que a inclusão do aluno autista exige uma necessidade de organização escolar e adaptação, pois cada aluno é singular e que as diferenças e criatividade os impulsionam para um melhor desenvolvimento, tanto cognitivo quanto educacional”. Marcos Vinícius Sepuchro dos Santos, estudante do 5º período de Pedagogia

 

Abordar sobre o TEA atualmente é de suma importância para a formação de futuros profissionais da educação e da saúde. Três profissionais trouxeram diferentes abordagens: os modelos cognitivos do TEA, a técnica ABA em tempos de pandemia e as dificuldades que englobam o TEA. Momentos como este, possibilitam ao acadêmico a imersão nesta temática desafiadora e necessária, contribuindo significativamente para ampliar os conhecimentos teóricos aprendidos em sala no contexto da prática profissional, tanto para a pesquisa, quanto para a produção do conhecimento do aluno”. Esther de Souza Vieira, aluna do 3º período de Psicologia

 

Texto: Alessandro Bitti
E-mail: comunicacao@fsjb.edu.br
alessandro@fsjb.edu.br

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